Falta de remédios, demora e estrutura precária: UPA de Campo Grande entra na mira do MP
Falta de medicamentos, más condições e falta de raio-X em UPA de Campo Grande O Ministério Público Estadual (MPMS) investiga irregularidades na UPA Coronel...
Falta de medicamentos, más condições e falta de raio-X em UPA de Campo Grande O Ministério Público Estadual (MPMS) investiga irregularidades na UPA Coronel Antonino, em Campo Grande, após uma vistoria identificar falta de medicamentos, problemas estruturais e déficit de profissionais. Pacientes relatam demora em atendimentos e dificuldades para acesso a remédios no local. A vistoria realizada pelo MPMS ocorreu em setembro deste ano. O relatório apontou a falta de 35 medicamentos, entre eles antibióticos, analgésicos e soluções injetáveis. A ausência compromete o tratamento contínuo dos pacientes. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp O documento registrou ainda infiltrações, mofo, pintura desgastada e a interdição de uma sala de isolamento. Parte dos equipamentos estava sem funcionar: quatro aparelhos de ar-condicionado inoperantes, aparelho de raio-x fora de uso e móveis inadequados — incluindo 11 camas e quatro macas sem grades. A unidade também enfrentava déficit de três técnicos de enfermagem. Após a vistoria, o MPMS pediu à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informações sobre a instalação de um novo raio-x, plano de manutenção dos ar-condicionados, substituição de camas e macas, regularização do estoque de medicamentos e recomposição da equipe. Pacientes aguardam atendimentos O auxiliar de serviços gerais Lindomar Soares de Mesquita aguarda transferência para realizar uma cirurgia na Santa Casa, após um estilhaço de metal ficar preso na perna durante um acidente em casa. Ele afirma que espera desde o fim de semana. Mesmo assim, segundo o órgão, as irregularidades continuaram. Com o inquérito aberto, a Sesau tem 20 dias úteis para prestar esclarecimentos e evitar uma ação judicial. Lindomar Soares de Mesquita relatou problemas na UPA Coronel Antonino. Segundo ele, mesmo com vaga de urgência, enfrentou demora: “No sábado, dei entrada às seis e meia da tarde. Vou fazer quatro dias esperando vaga e nada.” Além da demora, Lindomar denunciou problemas de higiene na unidade. “Faltando material. Você vai no banheiro e não tem nem sabão para lavar a mão.” O motorista de aplicativo Sidney Cardoso Remicio, que levou o pai com diabetes à UPA, destacou a falta de medicamentos como o principal problema. “Os funcionários fazem o que podem, mas a questão do medicamento é a que mais pega. A gente vai no posto e não tem, às vezes falta insulina, às vezes falta tantas coisas.” O que diz a Sesau A Sesau informou que o ar-condicionado, a realização de exames e o aparelho de raio-X estão funcionando normalmente na unidade. Quanto aos medicamentos, o estoque municipal está com cerca de 80% abastecido, com previsão de atingir aproximadamente 90% da lista nos próximos dias. De acordo com a secretaria, a Sesau mantém monitoramento semanal dos estoques e acelera as licitações, com acompanhamento diário e cumprimento dos prazos de entrega. Apesar dessas garantias, a reportagem recebeu reclamações diárias de várias unidades de saúde, indicando problemas na prática, mesmo com a resposta oficial de que todos os serviços estão em ordem. UPA do Coronel Antonino é investigada pelo MPMS. Reprodução Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: